Jejum de 9 dias em Israel
O jejum como forma de desintoxicar o corpo
O jejum é um recurso que permite o descanso do organismo principalmente no que diz respeito à quantidade de energia que normalmente é despendida em todo processo digestivo. Ao reduzir a atividade digestiva o corpo mantém as suas funções essenciais mas incide a sua atenção na desintoxicação de toxinas, pesticidas, metais pesados ou apenas no descarte de células mortas presentes no organismo. Ele fica mais habilitado para promover a reparação celular ou a criação de novas células, agora num registo mais alcalinizado e purificado.
O resultado é sentido de várias formas por cada pessoa, desde a leveza corporal, clareza mental e espiritual, até à renovação total de hábitos indesejáveis. É como um recomeçar do zero.
Este é um programa de transformação que se deve fazer fora de casa, num local mais remoto, para que se consiga deixar a vida normal do dia a dia. É importante haver uma dedicação total ao que se vai passar. Aqui no norte de Portugal, podes ter acesso ao Detox Experience, aqui em Marco de Canaveses.
Na prática, trata-se de um jejum feito com sumos de frutas e vegetais (como estes aqui, ou aqui e aqui) que são tomados durante 4 vezes ao dia. Parece pouco mas o que é certo é que não existe fome. Talvez a saudade de mastigar, mas fome propriamente dita, não. Neste programa, para que haja uma limpeza mais profunda, há que tomar alguns suplementos específicos, que ajudam e suportam o organismo durante este tempo. Há também a necessidade de fazer com que o cólon seja regularmente limpo através de enemas. É uma rotina diária que se estabelece para este propósito de desintoxicação e que sem ele todos os efeitos indesejáveis são aumentados.
Existem atividades que ajudam e complementam o procedimento do jejum tais como: yôga, tai chi, meditação, massagens, música, mantras, terapia de limpeza do cólon, etc..
A minha experiência pessoal do jejum em Israel foi excelente!
O facto de estar acompanhada pela minha amiga Maria José Silva, já experiente nestes assuntos, fez com que fosse tudo mais natural e fácil.
No primeiro dia em que chegámos ao Quibutz Almog, depois de nos acomodarmos no nosso quarto, fomos conhecer o local e perceber onde iriam ocorrer as atividades. Às 18:30 estava à nossa espera a última refeição antes de iniciarmos formalmente o jejum. A sala estava cheia de mesas redondas pronta a acolher um grupo de mais de 90 pessoas, sendo a maioria de origem israelita e 28 pessoas de outros países (nós éramos as únicas portuguesas). A refeição consistiu numa salada simples de vegetais e germinados, servida com um saboroso molho de tahine.
Depois seguiu-se a primeira conversa sobre o jejum e como tudo se iria processar. Essa conversa foi numa sala muito agradável rodeada de cadeiras e pequenos colchões no chão para quem quisesse estar sentado mais à vontade. Foi nesse local que ocorreram todas as conversas com o Dr. Gabriel Cousens e a sua mulher Shanti. Tudo foi explicado ao mais ínfimo pormenor para que todos soubessem os procedimentos de uma semana tão intensa. Ao longo dos 9 dias, houve sempre uma especial atenção em dar toda a informação à medida em que ela era necessária, mas sem ser excessiva.
Havia um elemento da equipa responsável por cada grupo 10 a 15 pessoas de modo a poder suprir as necessidades e questões individuais que surgissem. Todos os dias, depois do primeiro sumo, tínhamos uma conversa entre o grupo para perceber como cada pessoa se sentia e se havia algo pertinente para discutir. Logo a seguir, havia uma conversa geral com o Dr. Cousens para questões médicas sobre os efeitos da desintoxicação. Estes efeitos variavam conforme cada um e segundo o tempo em que já se estava a jejuar.
Os efeitos da desintoxicação
Os meus primeiros 2 dias foram fáceis de passar e sem grandes sintomas. Nos dias seguintes, já senti mais intensamente os efeitos de desintoxicação. Para mim o mais marcante foi a sensação de frio e de fraqueza. Parecia que estava no pólo norte quando na realidade estava no deserto, junto ao mar morto, e com uma temperatura primaveril de 25º…
Estes e outros efeitos geralmente concentram-se nos 3º e 4º dias e são por isso os mais difíceis de passar. Depois, os dias seguintes começam a ser uma nova descoberta de sensações de energia, vitalidade, bem estar, clareza mental e sensorial, que fazem esquecer os momentos menos bons. Ocorre uma autêntica renovação da memória celular. É a partir desta altura que o corpo começa a renovar e acelerar os seus processos internos até ao 7º dia de jejum, onde a mente, o corpo físico, a energia, as emoções e intuição atingem o seu auge no programa de desintoxicação.
As atividades
Uma das formas de passar bem por estas fases era frequentar as atividades diárias que estavam disponíveis. As minhas favoritas foram: as técnicas do yôga (mesmo sendo diferente daquele que ensino), com pránáyámas (exercícios respiratórios), ásanas (exercícios físicos) que estimulavam todo o aparelho circulatório e linfático, meditação, etc., workshops de música, pintura e também uma massagem profunda que me trouxe um enorme sensação de bem estar.
Para quem não gostava destes exercícios podia simplesmente saltar num mini trampolim, que é uma excelente forma de “abanar” todas as células do corpo 😉
Tivemos também a oportunidade de ir passear até ao mar morto, flutuar nas suas águas intensamente salgadas bem como passar lama no corpo, sabendo que ambos têm uma efetiva ação purificadora natural para o organismo.
Tivemos o privilégio de participar da cerimónia Shabbat onde todos os convivas se vestiram de branco para celebrar este dia de descanso tão especial da tradição judaica. Ao longo de toda a semana houve sempre uma grande presença da música israelita, com vários músicos que nos aconchegaram os serões num ambiente muito intimista.
Visitámos umas ruínas junto às cavernas Qumran, onde encontraram manuscritos antigos, caminhámos até a um miradouro sobre o mar morto observando ao longe as espantosas montanhas da Jordânia e também a cidade mais antiga do mundo Jericó, na Palestina logo ali ao lado.
Foram 9 dias bastante abrangentes de vivências internas e externas, mas com o corpo a pedir um olhar mais intenso a todos os pormenores, que muitas vezes não estamos atentos para observar. É uma excelente oportunidade de direcionar foco, energia e potencializar a renovação de novos objetivos. É com certeza uma experiência a repetir, e que sabe da próxima vez levo um pequeno grupo comigo, gostavas de ir? 😉
Gostaria de fazer assim um jejum,mas em Portugal será que haverá onde fazer?
Obrigada
Olá Ilda,
Habitualmente organizamos jejuns de fim de semana em Marco de Canaveses. Temos tido convites para realizar noutros locais mas ainda não está confirmado. Há outras organizações que também fazem este tipo de eventos mais a sul de Portugal;)
Foi uma experiência divina! Gostei muito da descrição com fotos elucidativas!
Nunca fiz nenhum retiro e jejum muito menos. Tenho lido ultimamente sobre o assunto e estou com muita vontade de experimentar, talvez um dia!
obrigada Anabela, por partilhar.
bjs JU
Obrigada também por estar aí Maria Ju 😉
Beijinho*
Deve ser uma experiência divina, gostei muito da descrição! talvez um dia eu me sinta preparada!! obrigada por partilhar Anabela! bjs JU
Olá Anabela,
Gostei muito da descrição da viagem a Israel, da próxima vez diga que gostava de ir também
Beijo
Olá clarisse,
Será um prazer!
beijinho*